top of page

Acredita-se que o Primeiro Diagnóstico de FPIES no Brasil ocorreu em 2010 em Goiás

  • Renato T. Ashcar
  • 1 de set. de 2014
  • 3 min de leitura

No dia 20 de abril de 2009 nasceu Pedrinho.


As manifestações alérgicas começaram aparecer precocemente na amamentação. Com 1 mês de vida, o Pedro, apresentou eczemas na bochecha, braços, barriga e bumbum. Por volta dos 4 meses de idade, a mãe do Pedro contraiu rotavírus, como ele chorava de fome, foi oferecido 5 ml de Leite Artificial para suprir suas necessidades. A pequena quantidade foi suficiente para causar muita dermatite, diarréia e vômito.


No começo, a situação foi diagnosticada como Alergia a Proteína do Leite de Vaca, porém ao longo das Introduções Alimentares por volta dos 6 meses de idade ocorreram reações imediatas e reações tardias a cada alimento oferecido.


Por volta de 1 ano e 6 meses de idade, Renata precisou tirar o Pedro do berçário. Até aquele momento ninguém suspeitava da alergia à soja, ao ovo, ao látex e a frutose. Esses alimentos foram responsáveis por colocar o Pedro em uma situação de desidratação grave. Renata o pegou no berçário quase desfalecido, a criança não tinha mais forças diante de um quadro de vômitos e diarréias imediatas.


Mudanças radicais ocorreram na família: vida social zero, nada de encontros que envolvessem comidas, roupas 100% algodão, material de limpeza e higienização só se usava álcool e sabão de coco, para banho e asseio da família tudo especifico para o Pedro, o mais hipoalergênico possível. Nada de shampoo ou condicionador, perfume etc. Em casa, os alimentos que prevaleciam eram somente os que o Pedrinho podia ingerir.


Renata relata que a fase mais difícil foi aos 2 anos de idade. Pedro voltou para dieta zero. Ela não conseguia comer e ouvir o filho dizer que estava com fome, ou que queria comer alguma coisa. Ela parou de cozinhar em casa, comia escondido, ou na casa de parentes. Nas palavras da Renata: Foi uma fase difícil, mas o Pedrinho se estabilizou e de forma gradual foi possível voltar a reintroduzir alguns alimentos.


O tratamento orientado foi o de exclusão alimentar, além da medicação dependendo da alergia manifestada, a FPIES ou a alergia mediada por IgE. Sim, o Pedro tem as duas patologias.


A dieta do Pedro aos 3 anos de idade era bem restrita, ele podia ingerir uma Fórmula de aminoácidos livres, chuchu, brócolis, batata, salsa, carne de rã, carne de carneiro, cebola, alho, sal, sucralose e azeite. Nessa época, tentou-se a dessensibilização ao trigo, porém o organismo dele reagiu com dermatite herpetiforme – uma lesão na pele normalmente apresentada por celíacos - mas não apresentou vômitos.


Aos 3 anos e meio, Renata sentiu que já era o momento de coloca-lo novamente na escola, ele precisava em uma “zona de risco segura”, a Escola foi bem cautelosa e acolheu o pequeno de braços abertos para que independente das suas alergias alimentares pudesse interagir com outras crianças.


Quando questionada sobre a reintrodução de novos alimentos, a Renata respondeu: “A insegurança está presente diariamente na vida dos familiares do alérgico, ainda mais para as mães”.


Ela acredita que devemos ter confiança nos profissionais que nos assistem para o sucesso da reintrodução: “Não é fácil. Você dá um alimento, e fica rezando para não ter nenhum tipo de reação. A tensão é grande e a ansiedade é muita. Quando um alimento dá certo, a vontade que dá é de fazer uma MEGA FESTA, gritar para todo mundo: DEU CERTO, DEU CERTO!”


Renata adverte: “Além de todos esses sentimentos que se misturam, ainda devemos preservar a criança, para não gerar negatividade, desconfortos ou insegurança em relação aos alimentos e a vida. Tenho que ser artista, engolir o choro tanto pela tristeza como pela alegria. Tenho que ter equilíbrio e orienta-lo, conversando sobre tudo que acontece com ele. Explico tudo, com simplicidade e firmeza”.


Hoje o Pedrinho está com 5 anos, A projeção dos médicos que cuidam dele é que por volta dos 7 ou 10 anos ele esteja comendo bem melhor. O Pedro ainda não ingere o leite de vaca e seus derivados, limão, trigo, mandioca, atum, camarão e outros frutos do mar, as introduções são feitas gradualmente e o Pedro hoje consegue colaborar na sua alimentação.


E sabe o que é melhor disso tudo? Em julho de 2014 o Pedrinho ganhou um irmãozinho para juntos mostrarem ao Santos Futebol Clube de onde vêm os melhores artilheiros.


Conheça mais sobre a história do Pedrinho no:

pedro.jpg

 
 
 

Comments


Featured Posts
Recent Posts
Archive
Follow Us
Search By Tags
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page