Por que nós precisamos de um Consenso Nacional e de um Guidelines sobre a FPIES?
- Renato T. Ashcar
- 5 de mar. de 2015
- 2 min de leitura
Durante a AAAAI 2015, foi apresentado uma pesquisa realizada pelo Dr. J. Andrew Bird, que constatou que médicos membros da AAAAI ainda sentem muita dificuldade com o diagnóstico da FPIES.Sendo assim, o manejo da doença acaba ficando prejudicado face aos múltiplos tratamentos implicados.
Você pode conferir a tradução logo abaixo, do abstract divulgado durante o Encontro Anual, caso prefira a versão original acesse:
https://aaaai.confex.com/aaaai/2015/webprogram/Paper20331.html
Tendências na Conduta Clínica em Pacientes com FPIES
J. Andrew Bird, MD FAAAAI
Rationale: A Síndrome da Enterocolite Induzida Por Proteína Alimentar (Food Protein Induced Enterocolitis Syndrome - FPIES) é uma Alergia Alimentar não mediada por IgE, com prevalência desconhecida. A variação no manejo da FPIES por parte dos prestadores é muito pouco compreendida.
Métodos: Uma pesquisa online com 23 questões foi enviada aos membros da AAAAI
Resultados:
Entre 470 pessoas que responderam:
64 % relataram “completo entendimento” do diagnóstico/manejo da FPIES; e
81,1% relataram tratar >1 paciente com FPIES;
80,% identificaram corretamente a FPIES em uma vinheta de caso clínico;
82,5% e 71,3% corretamente diferenciaram a FPIES de cólica infantil ou proctocolite alérgica.
Entre os prestadores atualmente conduzindo casos de FPIES:
47,5 % recomendaram fórmula a base de soja;
73,8% leite materno; e
94,5% recomendaram fórmula elementar como substituto apropriado em casos de FPIES a leite de vaca.
73,4% recomendaram testes cutâneos;
62,2% exames sorológicos de IgE;
12,7% testes com adesivos;
36,8% testes de provocação oral; e
28% não recomendaram testes no diagnóstico da FPIES.
84% fornecem aos pacientes planos de ação em relação a FPIES;
72,8% fornecem uma carta personalizada de conduta médica de emergência; e
21% prescrevem auto-injetores de adrenalina. As chances de prescrever adrenalina foram menores dentre aqueles que relataram “completo entendimento” da FPIES (OR 0.41, 95%CI 0.21-0.79).
Prestadores acadêmicos tinham maior chance de fornecer um plano de ação (OR 2.4, 95%CI 1.17-4.98) e realizar testes de provocação oral (OR 1.99, 95%CI 1.99-3.25), mas não diferenciaram a vinheta da FPIES de outras doenças, identificação correta dos substitutos apropriados em casos de FPIES a leite de vaca ou um momento preferido para a reintrodução dos alimentos. Maior tempo de carreira foi associado a menor probabilidade de relatar “completo entendimento” do diagnóstico/manejo da FPIES (OR 0.96, 95%CI 0.94-0.99).
Conclusão: Quase 1/3 das pessoas que responderam relataram uma pequena familiaridade com a FPIES. Variações consideráveis existem no uso de testes para o diagnóstico, manejo e escolha de uma alimentação “segura”. Estes dados indicam uma grande necessidade de diretrizes para a conduta prática da FPIES.

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